quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Doces lembranças



No dicionário, nostalgia é também uma tristeza, mas falo da nostalgia como aquela saudade doída, que bate tristeza de alguma coisa boa que se foi...de um amigo que foi pra longe, da turma que não se encontra mais, da música que não toca no rádio faz tempo, do pique que foi perdido...
Nostalgia da faculdade, das amigas, e digo amigas mesmo! Saudades das nossas reuniõezinhas particulares e das nossas confissões pós-adolescentes. Segredos guardados a sete chaves. Uns nem tão importantes assim, que posso até revelar aqui, como a briga boba entre as meninas da sala, comportamento de um jardim de infância eu diria, mas isso consumia uma energia...e os bilhetes durante a aula rolavam soltos.
Falta imensa que sinto da época dos 15 anos, quando a única responsabilidade era passar de ano na escola, eu não tinha celular nem internet, por que legal mesmo era passar as tardes com minhas amigas, escrevendo na agenda e falando dos meninos, numa época em que beijar era tão ou mais importante que o sentimento em si...
Saudade enorme da minha casinha na árvore, do meu escritório – que até hoje me perguntou: escritório de quê? – das bonecas (porque na minha época as meninas brincavam disso!) E quando escuto aquela música, sinto aquele perfume ou passo na frente do colégio...lembranças surgem na minha cabeça como um filme, nítidas e reais, porque foram reais, fatos da minha vida que jamais vou esquecer, das pessoas, dos lugares, das coisas, de tudo.
E todo dia lembro-me de alguma coisa porque minha cabeça não para. Lembro-me da minha melhor amiga Simone, assim como do meu primeiro dia de aula, e do primeiro beijo, tudo com a mesma nitidez e a mesma proporção. Nostalgia não é tristeza, é tanta saudade que dá tristeza. Se o tempo não volta, pra isso existe a lembrança, que ameniza bem pouco o que o tempo nem de longe apagou...

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